#ComooprópriodizAllrightcomeonyes

Quando dizemos que prestar serviços de apoio ao domicílio é fazer parte da vida das pessoas, na casa das pessoas, não falamos só do que fazemos todos os dias. Falamos de conhecer as pessoas, com calma, respeitando o tempo para se acostumarem à nossa presença e nos darem licença para ajudar. Nem sempre é fácil romper com uma ideia do serviço de apoio ao domicílio mais tradicional, associada à prestação de cuidados a pessoas em situação de grande dependência. E, às vezes, ainda parece atrevimento falar de recuperação da autonomia.
Mas essa ideia, a cada visita que fazemos só para saber se está tudo bem, está a mudar…
Há uns meses caiu. Levamos um susto quando o encontramos, porque fazer parte da vida das pessoas, na casa das pessoas, é criar laços e viver angústias. Estivemos com a esposa a contar os dias e não tardou muito a voltar a casa. De repouso absoluto, porque «uma cirurgia é uma cirurgia e nestas idades nunca se sabe», mas feliz.
Hoje em dia sorri. Estamos de coração cheio, porque fazer parte da vida das pessoas, na casa das pessoas, também é construir histórias felizes. Juntámos a sua vontade de saltar da cama com um par de braços sempre pronto a ajudar e é este o resultado da recuperação. Mesmo a tempo de ir colher e provar o figo doce que cresceu lá atrás no jardim. Podíamos ir embora? Talvez, se não fossemos para a rua todos os dias para dar mais anos à vida. Assim sendo, vamos voltar. Mais logo. Amanhã. E depois. Só para ver se está tudo bem.
